sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Sentimento do Mundo

Carlos Drummond de Andrade (1940)
Contexto Histórico
Sentimento do Mundo foi publicado no ano de 1940, numa pequena tiragem de 150 exemplares os quais foram distribuídos a amigos e outros escritores. Na época em fora escrito por Drummond, o Brasil vivenciava o Estado Novo de Getúlio Vargas e no plano internacional, houve o acirramento do Nacionalismo exacerbado e revanchismo decorrente do desfecho da Primeira Guerra Mundial, as relações sociais e políticas foram marcadas pelo surgimento e expansão das doutrinas do Nazismo e Fascismo na Europa.
Assim, o Estado Novo foi uma forma de regime ditatorial disfarçado pelo populismo, sendo declarado por Vargas em 1937 assim como uma nova Constituição (a Polaca) que ampliou o poder do presidente, desmobilizou os partidos de oposição e disputa com o governo. Para fortalecer o regime, Vargas valeu-se da aprovação de direitos trabalhistas e forte propaganda de manipulação/persuasão e Censura (pelo Departamento de Imprensa e Propaganda – DIP), chegando a ser apelidado de “o pai dos pobres”, mas também ”mãe dos ricos”.
Assim o Movimento intelectual e artístico foi marcado essencialmente pelo questionamento da existência humana, do sentimento de “estar-no-mundo”, das inquietações social, religiosa, filosófica, amorosa e etc. Carlos Drummond de Andrade é o poeta que melhor representa o espirito dessa geração - conhecida como Geração de 30.
Sentimento do mundo (livro), de Carlos Drummond de Andrade

Análise
Publicado pela primeira vez em 1940, Sentimento do mundo é o terceiro trabalho poético de Carlos Drummond de Andrade. Os poemas deste livro foram produzidos entre 1935 e 1940. São 28 no total. Traz o olhar do poeta sobre o mundo à sua volta, tendendo para um olhar crítico e significativamente político. É uma obra que retrata um tempo de guerras, de pessimismo e sobretudo, de dúvidas sobre o poder de destruição do homem.

Escrito na fase em que o mundo se recuperava da Primeira Guerra Mundial e em que já se encontrava iminente a Segunda Grande Guerra, com a imposição do Estado Novo de Getúlio Vargas e o crescimento do Nazi-fascismo, percebe-se em Drummond a luta, a contestação, pela palavra, das atrocidades que o mundo parecia aceitar (“Tudo acontece, menina / E não é importante, menina”). Drummond lançou-se ao encontro da história contemporânea e da experiência coletiva, participando, solidarizando-se social e politicamente, descobrindo na luta a explicitação de sua mais íntima apreensão para com a vida como um todo.

Em Sentimento do mundo, Drummond revê o fazer poético. Amadureceu o poeta individualista de Alguma Poesia, tomando consciência do mundo, apesar de não se esquecer de seu coração.

O poeta de Sentimento do mundo constata que vive em “um tempo em que a vida é uma ordem”, que vive num mundo grande, onde os homens de “diferentes cores” vivem suas “diferentes dores” e que não é possível “amontoar tudo isso/num só peito de homem”. Ele constata, arrependido, que se voltou para si e para seus ínfimos problemas:

Outrora escutei os anjos,
as sonatas, os poemas, as confissões patéticas.
Nunca escutei voz de gente.
Em verdade sou muito pobre.
("Mundo grande", Sentimento do mundo)

Mais que constatar ele se recusa a ser "o poeta de um mundo caduco", a ser "o cantor de uma mulher, de uma história". O poeta não será uma ilha, mas cantará "o tempo presente, os homens presentes, / a vida presente" ("Mãos dadas","Sentimento do mundo"). O verso-cachaça dá lugar ao verso-combate, que alimenta o coração do poeta, para lhe dar forças para lutar:

Então, meu coração também pode crescer.
Entre o amor e o fogo,
entre a vida e o fogo, meu coração cresce dez metros e explode.
Ó vida futura! nós te criaremos.
("Mundo grande", "Sentimento do mundo")

Nos poemas de Sentimento do mundo, além do traço preciso e corrosivo, próprio da escrita de Drummond, há uma imensa preocupação com os rumos que tomam as pessoas enquanto seres humanos.

Nesta obra fica claro que o individualismo está mais próximo da concordância com o modelo da situação que do protesto e que, somente unidos (“Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas”), através dos mesmos sentimentos, ainda que mal se compreendam (“Ele sabe que não é nem nunca foi meu irmão, que não nos entenderemos nunca. E me despreza...”), os homens conseguiriam modificar o mundo:

...as mãos dos sobreviventes se enlaçam,
os corpos hirtos adquirem uma fluidez,
uma inocência, um perdão simples e macio...
Havemos de amanhecer
("A noite dissolve os homens")

Não há, entretanto, otimismo na visão do poeta. É sombria e pessimista a visão de mundo que se justapõe à esperança da revolução e da utopia. Assim, dor e esperança são os temas básicos que regem os poemas de Sentimento do Mundo. Uma dor, talvez, maior que a esperança que a contempla, ou talvez esta não esteja tão próxima dos homens. A dor é o "Sentimento do Mundo"; dor de todos os homens e que se concentra em um só – o poeta:

Tenho apenas duas mãos
e o sentimento do mundo
mas estou cheio de escravos
minhas lembranças escorrem
e o corpo transige
na confluência do amor.
("Sentimento do mundo)

E, então, ele, o poeta, sente-se responsável pelas pessoas a sua volta; sofre por elas; sente-se elas. Como se vê em:

É preciso casar João,
é preciso suportar Antônio,
é preciso odiar Melquíades,
é preciso substituir nós todos.
(...)

("Poema da necessidade")

O "nós" é muito empregado em Sentimento do Mundo e é através do "nós" que surgirá a esperança. Ressalte-se que ela, a Esperança, nunca está no presente, mas, sempre, no futuro, virá. Vem, assim como a dor, personificada em imagens possíveis de se encontrar em nosso cotidiano: o sorriso do operário, que caminha firme ("Vejo-o que se volta e me dirige um sorriso úmido"); a aurora, que dissolve a noite que traz o sofrimento ("Aurora, / entretanto eu te diviso, ainda tímida, / inexperiente das luzes que vais acender"); o soluço de vida, que resiste ao verme roedor de lembranças:

Havia a um canto da sala um álbum de fotografias intoleráveis,
alto de muitos metros e velho de infinitos minutos,
em que todos se debruçavam
na alegria de zombar dos mortos de sobrecasaca.
Um verme principiou a roer as sobrecasacas indiferentes
e roeu as páginas, as dedicatórias e mesmo a poeira dos retratos.
Só não roeu o imortal soluço de vida que rebentava
Que rebentava daquelas páginas.
("Os mortos de sobrecasaca")

Assim, os temas políticos, o sofrimento do ser humano e as guerras, a solidão, o mundo frágil, os seres solitários predominam. A dor humana está lá; o eu-lírico se resguarda e canta o outro, tão mais importante que ele próprio.
 


quinta-feira, 14 de novembro de 2013

O Cortiço

Aluísio Azevedo , 1890

O romance focaliza a ascensão de um português, João Romão, dono de um cortiço e uma pedreira cujos empregados, além de morar nos casebres por ele alugados, endividam-se ao comprar fiado  em sua venda. Através dessa exploração, João Romão vai-se enriquecendo, auxiliado por sua amante e empregada, Bertoleza, para quem ele havia providenciado uma falsa carta de alforria.
O maior desejo do vendeiro é conseguir boa posição social, além da fortuna, como seu patrício Miranda, que  mora no sobrado encostado ao cortiço  e é vítima da inveja de Romão, por seus costumes refinados. Movido pela ambição, o protagonista não hesita em usar os meios para acumular fortuna, roubando nos pesos e nos trocos. Assim acumularia riqueza para ficar noivo da filha do Miranda.
Enquanto ocorre o processo de ascensão de João Romão, são focalizados outros personagens, centros de pequenos enredos, mas que, no todo, funcionam como instrumentos para a máquina de renda do proprietário do cortiço. São lavadeiras, prostitutas, operários da pedreira, todos representantes de uma população marginal que vive em um ambiente degradado e corruptor.
O cortiço é o meio que parece adquirir vida própria, um personagem maior, que condiciona o comportamento dos que ali moram, como é o caso de Pombinha, menina inocente criada em colégio interno, não resistindo Às pressões do meio, é levada à prostituição, por Leónie, sua madrinha, com quem também desenvolve um relacionamento homossexual. O mesmo se dá com Jerônimo, o colono português, mestre de obras da pedreira que, vindo morar no cortiço com a esposa Piedade é arrebatado por uma paixão violenta por Rita Baiana, abandonando a família e a vida regrada que vivia, tornando-se marginal e homicida.
Depois de um incêndio no cortiço, motivado por uma vingança do cortiço Cabeça de Gato ( vingança à morte do Firmo, ex – amante de Rita ), João Romão transforma-o na “Avenida São Romão”, com uma aparência cuidada  e ordeira, enquanto a população mais baixa e miserável se reúne em outro local, reproduzindo a situação inicial do “Cortiço São Romão”, como se houvesse um ideal de preservar a típica estalagem fluminense, onde há um rolo e um samba por noite, onde se matam homens sem a polícia descobrir , viveiro de larvas ou animais no brejo de lodo quente e fumegante, fazendo brotar vidas miseráveis em meio à podridão.
Ao chegar À plena ascensão, ampliando a venda, reformando a casa, que ostentava mais do que o sobrado, refinando seus hábitos e maneira de vestir-se, João Romão prepara-se para tomar como esposa a filha do Miranda. Era preciso , então, livrar-se de Bertoleza, traste que lhe servira em outra época e agora adiava sua felicidade. Assim, denuncia  sua fuga aos antigos donos, que vão buscá-la com a polícia. A escrava, percebendo a traição, suicida-se.
Em seguida, pára uma carruagem na porta do vendeiro, trazendo-lhe o título de sócio benemérito de uma entidade abolicionista


Ficha de Leitura :

Personagens :  Todos são tipos, apresentados como problema social urbano na realidade inferior do Rio de Janeiro. Do cortiço saem personagens que estão sempre vinculados ao grupo e cuja ação resulta do meio a que fazem parte. A narrativa se constrói em lutas, porém entre membros de uma mesma classe: a burguesia dos dois sobrados e a popular dos cortiços. Ganância x ganância, exploração x exploração ( Miranda e João Romão), cada qual procurando explorar o máximo seus semelhantes. Enquanto no espaço do cortiço destaca-se a luta entre o capoeira brasileiro e a força bruta do português ( Firmo e Jerônimo), a mulata sensual contra o provincianismo da portuguesa ( Rita Baiana e Piedade), as donzelas contra a prostituição favorecida elo meio ( Pombinha e Léonie)

Narrador: em terceira pessoa, onisciente, seu propósito crítico é mostrar as mazelas morais e sociais dos habitantes de um cortiço, no Rio de Janeiro, segunda metade do século XIX, fundamentando-se na corrente determinista de Hypolite Taine, segundo  a qual o homem é produto do meio, da raça e do momento histórico.

Tempo e Espaço: embora a obra tenha sido publicada em 1890, retoma os anos imediatamente anteriores à abolição da escravatura e à Proclamação da República no Brasil , mostrando um Rio de Janeiro que se urbanizava desordenadamente.

Gênero da Obra: Naturalismo – o meio social é mais importante do que o homem e condiciona o seu caráter. Mostra uma sociedade, doente, patológica e sem conserto. Todos os que se submetem a morar no cortiço são corrompidos pelo meio corruptor.
O percurso de ascensão de João Romão fundamenta-se na Lei de Seleção Natural de Darwin , ou lei da sobrevivência do mais forte. É Assim que João Romão se apodera do Cortiço, de Bertoleza e da pedreira como veículos que lhe garantem a plena ascensão social. Daí vem a mudança de hábito, o noivado com Zulmira e a denúncia de Bertoleza aos seus donos, livrando-se do traste para que pudesse se casar com a jovem burguesa, filha do Miranda.












sábado, 9 de novembro de 2013

Revolução e golpe de 30 e Estado Novo

Revolução e golpe de 30!
após a vitória eleitoral fraudulenta de Júlio Prestes e a morte de Joao Pessoa, estoura uma revolução em minas gerais e são paulo, levantando a bandeira de um governo que agrade á ambos estados.

Governo provisório de Vargas (1930-1934)
- queima de estoque de café para estabilizar a economia.
- estímulo do desenv industrial
- anulação da constituição de 1981.

Revolução constitucionalista paulista de 1932
- queriam a reconstitucionalização do brasil
- queriam um líder paulista.

constituição de 1934:
- estatização de empresas
- nacionalização da informação 
- legislação trabalhista (salário min, ferias remuneradas, etc)
- voto secreto (mulheres agoram podiam votar também)
AIB e ANL / Intentona Comunista
AIB= ação integralista brasileira, com Plínio Salgado como seu líder, era formada por oligarcas latifundiários, alto clero etc.
inspirava-se no fascismo italiano e opunha-se ao liberalismo econômico

ANL= Aliança nacional libertadora,liderada por Luis carlos prestes, formada pelo PCB, defendia reformas politico-sociais e agrárias,com o apoio da URSS,pretendiam destituir Getúlio Vargas.

Intentona comunista= perseguição e retaliação pelo governo aos membros da ANL.
Plano cohen = supostamente os comunistas queriam tomar o poder, então Vargas cancelou as eleições mediante ao perigo vermelho, e aumentou a perseguição aos comunistas.

Estado Novo (1937-1946) 
Getúlio fecha o congresso, e  substituição a constituição,para ter mais autonomia na presidência, apoiado pelos integralistas, e estabelece um sistema totalitário,com centralização política, anticomunismo,repressão política (extingue os partidos)
criou a DIP - controlava a imprensa, criou a hora do brasil (programa de rádio)
- veinculou getúlio aos pobres
- gera o queremismo.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

República velha

República velha (1889 - 1929)

1- República da Espada.
de 1889 a 1984
- primeiro presidente:Deodoro da Fonseca - vice: Floriano peixoto
- governo provisório que adotou o federalismo
- desvinculou o estado da igreja
- naturalizaçao de estrangeiros
- censura á imprensa

Nova Constituição de 1891.
- inspirada no liberalismo norte-amerciano,com medidas conservadoras, como a restrição do voto (masculino e aberto)
- aboliçao do poder moderador, conselho de estado.
Regime Presidencialista:
- ainda com favorecimento ás elites agrárias
- Deodoro renuncia em 1891

Floriano Peixoto:
- apoio dos militares e dos republicanos
- restituiu o congresso e afastou os opositores
- provocou a Rev Federalista e revoltas na marinha
- em 1894, não conseguiu se reeleger.

2- República oligárquica (café com leite)
de 1894 a 1929
Prudente de morais (1894-1898)
-paulista
- apoio do prp 
- voto de cabresto (coronéis comandavam as cidades)

Campos Sales (1898-1902)
- paulista
-  consolidação dos coronéis de sp e mg no poder
Rodrigues Alves (1902-1906)
- -paulista 
- PRP 
- reforma do RJ aos moldes europeus (paris dos trópicos)
- bota-baixo = demolição dos cortiços
Reforma Sanitária - Oswaldo Cruz 
- liquidou a febre amarela, com a campanha de vacinação OBRIGATORIA contra a varíola.
- gerou a Revolta da Vacina (1904) : medo da população pobre de que a vacina os mataria, já que não tinham instruções ou conscientização do que era aquilo
Afonso Pena (1906-1909)
- mineiro
- morreu e não cumpriu o mandato de 4 anos
   * convênio de Taubaté*
- superprodução de café, Estado compra o café excedente, mantendo assim a economia estável e protegendo os coronéis e socializando as dívidas e perdas do governo.
Revoltas do período.
canudos = falsa "ameaca anarquista", 4 tropas foram necessárias para acabar com o vilarejo nordestino, o real motivo da revolta (comandada por  Antônio Conselheiro)  era reclamar dos altos impostos e de uma carga de madeira paga e não recebida.
* surge o cangaço*
 rev da chibata= marinheriros contra os maus-tratos a seus companheiros negros, ameacaram a bombardear a cidade do  Rj e atacar os navios.
1922- formação do partido comunista
           - semana de arte moderna
           - feminismo
           - tenentismo = descontentes com a política café com leite, começaram levantes tendo como destaque o levante do forte de copacabana, e a coluna prestes.
           - ruína da república velha
         - formação da aliança liberal, com Gv e Joao pessoa.
1929- crack da bolsa de NY
          - desvalorização do café

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Queda do Império, Fatores e Proclamação da Republica

         FATORES PARA A QUEDA DO IMPÉRIO.

1) Falta de mão-de-obra:
Pós-guerra, muito da mão-de-obra escrava morre.
Pressão (externa e interna) para o fim da escravidão
  1853: Lei Eusébio de Queiroz proibindo o tráfico
  1871: Lei do Ventre Livre
  1880: Lei do Sexagenário
  1888: Lei Áurea.

2) Imigração Europeia
    contratação de imigrantes assalariados
    “embranquecimento” da população

3)  Partido Republicano:

A partir do Manifesto Republicano (1870) este movimento ganhou forcas com ideias de federalismo e autonomia politica. Dividiram-se entre radicais e evolucionistas

Radicais= Intelectuais abolicionistas urbanos que defendiam a participação popular para o fim da monarquia.

Evolucionistas = cafeicultores paulistas que queriam uma transformação e transição pacifica sem levantes populares que prejudicariam a elite.

4) Questão Religiosa:
D.Pedro II afrontara a Igreja Católica, a o não aprovar a bula papal que proibia a maçonaria.
obs: D.Pedro era maçom

5) Questão Militar:
Exército censurado e interferido pelo império, o que causou descontentamento e rebeldia nos militares.

Proclamação da República!
15|11|1889
Dentro desse cenário de descontentamento nacional, e após D.Pedro dissolver a câmara, o exército se une aos republicanos e juntos armam um golpe militar para tomar o poderio

2o Reinado, Café e Guerra do Paraguai

2º Reinado
Eleitos para o ministério, os progressistas.
- anistia aos rebeldes regenciais
- dissolução da câmara
- D.Pedro II era “fantoche” de seu tutor Bonifácio.
* ocorre rodízio de liberais e conservadores no poder.
1847- monarquia parlamentarista

O Café!
-movimenta a economia
- modernização do país, com maior estrutura ferroviária e portuária
-gera uma nova classe social
- posteriormente atrai imigrantes

Política interna:
1853 – conciliação de liberais e conservadores
adoção do Parlamentarismo as avessas
chefe de estado: D.Pedro II
chefe de governo: 1º ministro

Guerra do Paraguai!
Estopim= Solano López,responsabiliza o Brasil pela perda de sua saída marítima, e invade o pais.

Solano López = “napoleão latino” tinha planos de um Paraguai Maior,com isso invadiu, Brasil, Uruguai, pelo domínio da bacia platina.

1ª fase da guerra: 1864-1865
Invasão do mato grosso, Rs, Uruguai.
Com o apoio Inglês,Brasil,Argentina e Uruguai formam a tríplice aliança
- fecharam a possibilidade de guerra naval, deixando assim somente o território paraguaio para conflitos armados.

2ª fase: 1865-1868
Resistencia paraguaia, que durou 3 anos, até que seus rivais chegaram á capital, assunção
.
3ª fase: 1869
tomada da capital Assunção, e refugio dos paraguaios na mata da cordilheira.

4ª fase: 1870
março, morte de Solano López, encerrando assim a Guerra.

Consequências:

 Paraguai
= Perda de 75% da população
industrias e ferrovias destruídas.
perde 1|3 do território.
Brasil: aumento da dívida externa com a Inglaterra

Fortalecimento do exército
Queda da popularidade de D.Pedro II.

Período Regencial, Revoltas e Golpe da Maioridade

Período Regencial (1831-1840)
Como, o regente D.Pedro II, não poderia governar, devido sua pouca idade, deu-se o governo provisório chamado Regência.
Governo comandado pela elite agrária brasileira
Sem elos com Portugal
Eleição para Regentes > votos censitário (renda)

Regência Trina Provisória:
- como não havia a presença de todos os deputados para a votação, existiu então uma nova.
Regência Trina Permanente:
- Pe. Antonio Feijó, renuncia em 1837
- regente uno: Araujo Lima (1837-1840)
Partidos Políticos:
P. brasileiro dá origem á:
Exaltados: esquerda liberal (letrados,classe media) queriam a República!
Moderados: mais conservadores do que liberais – direita liberal (elite agrária) tolerância a mudanças no cenário politico desde que com estabilidade econômica

P. português da origem á:
Restauradores: Direita conservadora, querem a volta de D Pedro I, e a retomada do império.

1834 – D. Pedro I morre
Surgem dois partidos, a partir dos 3 citados acima. São eles:
Moderadores + Restauradores = P. Regressista (conservadores)
Poucos moderadores + exaltados = P. Progressista (liberais)

De 1831- 1837, avanço Liberal!
Regência de Feijó
1834 – ato condicional, que concede maior autonomia para as províncias.


De 1837 – 1849, regresso Conservador!
Regência de Araujo Lima
Lei da Interpretacao do ato condicional, re- centralização política.

Revoltas Regenciais!

Cabanagem (1833-1836)
Levante popular contra a miséria, Pará (Belém), foram sufocados, e com o saldo de 30 mil mortos.


Sabinada (1837-1838)
Revolta separatista e republicana, em Salvador.
Embora fosse contra o sistema monárquico, a sabinada foi um conflito da classe média contra a elite agrária, como apoio popular, tomada grandes proporções fora, atacada por terra e por mar.


Balaiada (1838-1841)
Descontentamento politico, porem com caráter de banditismo sertanejo, e com a bandeira contra o sistema escravocrata, no maranhão.


Farroupilha (1835-1845)
Revolta econômica, caráter separatista, guerra de guerrilhas, a única com atenção do governo, e realmente alguma mudança, com Bento Gonçalves como líder da revolução (participação de Giuseppe e Anita Garibaldi), chegaram a um tratado sobre a condição do preço do charque brasileiro.

Golpe da Maioridade!      
* Campanha de bandeira progressista, para levar D.Pedro II ao poder, e recuperarem a autonomia política

- Adiantaram a maioridade de  D.Pedro II, aos 14|15 anos
- Os regressistas não podiam se opor, já que eram a favor do império.

Descontraindo



Pra descontrair, vídeo o Universidade Capenga. 
Porque não é só de estudar que vive um vestibulando ne gente?

Império! 1o Reinado.

Brasil Império!

 Divido em 3 períodos
1 – Primeiro Reinado (1822 – 1831)
2- Regências (1831 – 1840)
3- Segundo Reinado (1840 -1889)

1º Reinado:
- Reconhecimento internacional do país como independente!

Economia:

Crise:
- Dívida externa
- déficit orçamentário
- inflação
- balança comercial negativa

Exportação:
- Açúcar – nordeste - (concorrência com as Antilhas)
- Algodão –maranhão – (concorrência com eua)
- Couro – sul – (concorrência com Argentina)
- Ouro – mg – produção escassa.

Sem uma matéria-prima ou produto exportador (sem grande concorrência)  a economia brasileira estava decadente.

Política:
1824 – nova constituição outorgada
- inclusão do 4º poder o moderador!
Imperador + Conselho de Estado
- ferramenta de autoritarismo, já que o imperador poderia comandar todos os outros 3 poderes.
- voto censitário, aberto

- Igreja subordinada ao Estado.


Queda de D. Pedro I
Fatores para a queda do imperador:

1) Confederação do Equador:
·         Movimento republicano e separatista, contra o fechamento da assembleia e a constituição outorgada, organizada por Pernambucanos, foi logo sufocada pelas tropas do Imperador

2) Guerra da Cisplatina:
·         Guerra para o controle do rio da prata contra a Argentina, Inglaterra media o conflito, e decide que Cisplatina se tornaria um pais independente (Uruguai)
·         Endividamento do Brasil e perda do território, vão aos poucos destruindo a imagem do imperador.

      3) Sucessão do Trono Português
          1826- D.Joao morre, e D.Pedro !, abdica em nome da filha de seis anos, nomeia Miguel (seu irmão) como tutor da menina,D. Miguel tem como intenção a restauração do absolutismo português, assim, usurpa o trono de sua sobrinha.     D. Pedro I, sem saída volta a Portugal e retoma o trono    1831- Demite o ministério,constitui um novo ministério só com o partido português.     abdica o trono brasileiro para seu filho D.Pedro II.

Processo de Independência

 Séc XIX - O Processo de Independência do Brasil!
- Brasil não existia antes de 1822, pois não havia governo nacional
- processo lento, que só teve fim em 1831 com o advento das regências
Fatores: Internos => Período joanino | Revoltas => revoltas : Nativistas| pré-independencia

Revoltas Nativistas:
- Beckam (MG)
- Emboabas (SP | MG)
- Mascates (Olinda x Recife)
- Vila Rica (MG)
Revoltas Pré-Independência:
1) Inconfidência Mineira
-  1789
 - Conspiração elitista, utópica
 - Estopim: derrama (imposto)
 - * Tiradentes*
2) Conjuração baiana
 -  1798
 -  Conspiração de vários grupos sociais
 -  Independência da Bahia.
3) Revolução Pernambucana
- 1817
-  luta armada
-  vários grupos sociais
 -  repressão violenta da coroa.

Período Joanino:
1808-1821.
- 1808: chegada da família real ao Brasil
motivo: fuga do bloqueio continental (napoleão)
- 1808 abertura dos portos (bahia)
- por pressão da Inglaterra
- consequências: Fim do pacto colonial!
Tratados de 1810:
- Livre Comércio
- Comércio e navegação
- Aliança e amizade
·         Todos privilegiaram a Inglaterra.

Tarifas Alfandegárias:
Nações.................................. 24%
Portugal................................. 16%
Inglaterra............................... 15%


Brasil – Reino Unido 1815
Com a queda de Napoleão, D. João deveria voltar a Portugal, para não perder o trono, por isso a elevação do Brasil á Reino Unido, assim ele poderia governar.

- fim do colonialismo!
1816: pequeno surto industrial
1820 : Guerra da Cisplatina, contra Argentina, pela dominação do Uruguai.

1821- D.João regressa a Portugal para conter a Revolução Liberal do Porto – que exigia a recolonização do Brasil-
- Deixa D.Pedro como regente.

Período da Regência de Dom Pedro I
1821-1822
·         Da monarquia ao Império: Processo Político.

- Partido Brasileiro (elite agrária)
* apoio á independência, desde que seja um processo controlado, com permanência de seu poderio.

- Partido Português (corte portuguesa)
* negação á independência, mas a realizam para se manter no poder e não perder a autonomia politica


1822 – Dia do Fico! 07-09-1822 = Brasil Império!

Literatura! Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis

Resumo:
         No capítulo X do romance, Brás Cubas narra o episódio de seu nascimento, as emoções comuns a todas as famílias que recebem o primeiro filho: o orgulho dos pais com as primeiras palavras, os  primeiros passos ...       No capítulo XII,  vamos encontrá-lo menino de cinco anos, matreiro e inquieto, típico menino diabo; maltrata os escravos,mente, esconde os chapéus das visitas, coloca rabos de papel em pessoas graves, enfim, possui um comportamento maligno, contando com a cumplicidade do pai e as orações inúteis da mãe. O tio cônego assume o papel de crítico à educação baseada na superproteção paterna e na omissão materna.       A atuação do tio cônego contrapõe-se à vida galante e às obscenidades do tio João, um dos frequentadores da casa, que mima o garoto, ensinando-lhe muitas anedotas e malícias, assim conseguindo sua estima.       Como era de se esperar, o contexto familiar, que lhe favorece e justifica as traquinagens prenuncia o adulto egocêntrico e egoísta em que se transforma, como ele reconhece irônica e criticamente, em relação à própria educação.       Na juventude, envolve-se com Marcela, uma cortesã espanhola por quem se apaixona e que o ama durante  quinze meses e alguns contos de réis. Quando o pai toma conhecimento das aventuras do filho, manda-o à Europa para os estudos, aos quais pouco se dedica.      Por ocasião da morte da mãe, volta ao Brasil e, ainda abalado, passa a viver em retiro, na Tijuca, enamora-se da filha de D. Eusébia, Eugênia, que era bonita e coxa. Por preconceito, foge da moça e volta à cidade.       Ao retornar à vida na corte, Brás Cubas almeja casar-se com Virgília, num negócio arranjado pelo pai: era a filha de um conselheiro que lhe arranjaria o cargo de deputado. Ambos os projetos falharam: Brás Cubas perde a noiva e o cargo para Lobo Neves.     Seu pai morre pouco depois e este, herdando sua fortuna, não precisa de sacrifícios para viver. Por causa dos bens, rompe com a irmã Sabina e passa a levar uma vida solitária.       Mais tarde, consegue o amor adúltero de Virgília e retoma os laços de família.     Nessa época, encontra um amigo de infância, Quincas Borba, mendigo que se diz filósofo; este lhe  rouba o relógio e desaparece. Retorna tempos depois, enriquecido  por uma herança, devolve o relógio e tenta expor-lhe a teoria do Humanitismo, fazendo de Brás Cubas seu discípulo.     Lobo Neves, que parece desconfiar do adultério,é nomeado presidente de província e são obrigados a deixar o Rio de Janeiro. Os amantes separam-se.
     A irmã de Cubas arranja-lhe uma noiva, Eulália, sobrinha de seu marido, Cotrim. Brás Cubas vê-se dividido entre o cortejo  da moça  e a amizade  de Quincas Borba, que lhe expõe sua complicada filosofia baseada na felicidade absoluta do homem. Quando está decidido a unir-se em casamento, Eulália é vitimada por uma epidemia de febre amarela e morre.      Dois anos depois, Brás Cubas torna-se deputado e continua solteiro. Aos 50 anos revê Virgília e sente-se velho, percebe que sua vida se esgotava. O amigo filósofo o consola e anima..
      Tenta fundar um jornal em conjunto com Quincas Borba, mas fracassa nos primeiros exemplares.
       Morre Lobo Neves e reencontra Virgília sofrendo a perda do marido.
       Tempos depois, Quincas Borba parte para Minas Gerais onde queima os manuscritos da teoria filosófica, retorna louco e morre tempos depois.
       Assim, de fracasso em fracasso, conduz-se a travessia de Brás Cubas, personagem símbolo da ironia machadiana quanto ao ideal burguês de vencer na vida, especialmente representado através do Humanitismo.
       Inventar um emplasto contra a hipocondria, um remédio miraculoso que curaria todos os males da humanidade, constitui a última tentativa de Brás Cubas - o seu último projeto - sem sucesso como todos os outros - ironicamente impedido pela morte do protagonista:  ao preocupar-se com o projeto, descuida-se da saúde contraindo pneumonia ao sair de casa a fim de patentear o invento. E assim torna-se defunto autor, confessando que até o saldo que leva para  a outra vida é negativo - não teve filhos e assim não transmitiu o legado das misérias humanas.


 - Considerações Gerais.

O romance é narrado em primeira pessoa, pelo personagem protagonista Brás Cubas, que se intitula “defunto autor” e coloca,assim, em cheque os propósitos básicos das obras Realistas - a questão da verossimilança e a imparcialidade dos narradores, pois não é real um fantasma escrever uma obra, sobretudo um fantasma que está envolvido com a matéria que vai narrar, sendo dela o personagem principal.
Brás Cubas quer fazer o leitor acreditar que é onisciente, afirmando que na condição de morto já não tem nada a temer da punição humana; no entanto deixa pistas de sua falsa onisciência. No início, por exemplo, compara sua obra ao “Pentateuco”, escrito por Moisés, para em seguida afirmar que só tinham onze pessoas em seu velório. Ou seja, temos aí um narrador narcizista que escreve para se colocar numa posição de superioridade em relação ao leitor. Já no prólogo confessa não dar importância  que talvez seja lido por cinco leitores e que, se não gostarem do livro, dá-lhes um  piparote. Na verdade, o objetivo do autor é quebrar com os laços de cumplicidade comum nos textos românticos, exigindo postura crítica do leitor.
Brás Cubas conta sua história através de uma postura irônica, escondendo sua trajetória inglória, atribuindo a culpa de seus fracassos aos demais personagens. Texto Realista, na medida que o desvendamento de sua ironias permite-nos reconhecê-lo imperfeito e contraditório, como qualquer ser humano.
Enquanto personagem, Brás Cubas foi traído pela prostituta Marcela, que o amou por alguns meses e outros contos de réis, não se casou com Virgília, não foi deputado quando desejava, não chegou a ministro de estado, foi roubado pelo amigo Quincas Borba, a noiva Eulália morreu, seu jornal faliu,não teve a celebridade do emplastro, cujo projeto o levou à morte ... e até mesmo o saldo de sua vida é negativo: Não teve filhos e assim não transmitiu para a espécie humana o legado da nossa miséria. Temos o percurso do protagonista como uma enfiada de decepções e vemos, assim, aplicada na obra literária de Machado de Assis a concepção pessimista da filosofia Determinista de Schopenhauer, de que o homem está fadado ao sofrimento por pressões morais, sociais, leis físicas e até causas hereditárias.
O protagonista e narrrador do romance -egoísta e egocêntrico, irônico e com ar superior, constitui uma inversão dos heróis do mundo burguês, que aparecem na literatura realista, cujo objetivo é sempre  sair-se bem, caracterizados pela ascensão social relativizada por algum fracasso no plano afetivo. Brás Cubas não tem sucesso em nenhum setor, tornando-se antimodelo, através do qual Machado ironiza impiedosamente os valores burgueses e humanos de modo geral.
Quanto à Linguagem, há aspectos relevantes na obra que inovam totalmente os textos da literatura brasileira, tais como o diálogo crítico com o leitor; a narração fragmentária, cortada por capítulos que explicam outros, interrupções para discutir a escrita, histórias que aparentemente não mantêm relação com o enredo, enfim, elementos para exigir o esforço organizador do leitor, além da ironia à estrutura social vigente (sociedade escravocrata em descompasso com o liberalismo europeu) e o pessimismo,que reproduz uma das correntes filosóficas da época, incorporando em arte o cientificismo dominante


        - FICHA DE LEITURA .

Gênero Literário: 

            Romance Digressivo – não se prende a construir uma narrativa onde predomine a evolução das ações do enredo, mas  faz reflexões sobre assuntos que fogem ao eixo central da narrativa e uso de histórias paralelas ( Exs. “ A propósito de Botas” – cap. XXXVI : histórias de Vilaça , Marcela, D. Plácida, Prudêncio....)

Inspirado na obra Diálogo dos Mortos ( Lucinao de Samósata – Grécia – séc. II) , onde o filósofo Menipo de Gadara, depois de morto, é o protagonista que ridiculariza o mundo dos vivos . Daí  Memórias Póstumas ser denominado “sátira menipéia” .
Influências do referido romance grego: ausência de enobrecimento dos personagens; abordagem humorística de questões cruciais: a realidade, o destino, a existência;  liberdade em relação aos ditames da verossimilhança (mortos não escrevem ) ; estados de espírito aberrantes: desdobramento de personalidade, delírios, paixões descontroladas.   

Narrador: Em primeira pessoa, é o protagonista Brás Cubas, que conta a sua vida após a morte: “ não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor”, ou seja, alguém que cria uma espécie de Realismo Fantástico: os mortos não têm nada a temer, podem contar toda a verdade. Mas fantasmas não escrevem!!!
Brás Cubas quer fazer o leitor acreditar que é onisciente. No entanto, deixa pistas de sua falsa onisciência. No início, por exemplo, compara sua obra ao Pentateuco, escrito por Moisés, para em seguida afirmar que só havia onze pessoas em seu velório. Narrador narcizista que escreve para se colocar numa posição de superioridade que não possui, passando a exigir postura crítica do leitor.

Personagens:
       O PROTAGONISTA, Brás Cubas, constitui uma inversão dos heróis do mundo burguês, que aparecem na literatura Realista, cujo objetivo é sempre sair-se bem, caracterizados pela ascensão social relativizada por algum fracasso no plano afetivo. Brás Cubas não tem sucesso em nenhum setor, tornando-se antimodelo, através do qual Machado ironiza impiedosamente os valores burgueses e humanos  de modo geral.
Brás Cubas  foi traído pela prostituta Marcela, não se casou com Virgília, não foi deputado quando desejava, não chegou a Ministro de Estado, foi roubado pelo amigo Quincas Borba, seu jornal faliu, não teve a celebridade do emplasto ... e até mesmo o saldo de sua vida é negativo. Não teve filhos e assim não transmitiu para a espécie humana o legado da nossa miséria. Aplica-se em sua vida a filosofia determinista de Schopenhauer, de que o homem está fadado ao sofrimento por pressões morais, sociais, leis físicas e até causas hereditárias.
OS PERSONAGENS SECUNDÁRIOS são descritos pela ótica destruidora e narcisista do narrador, todos corrompíveis e/ou marcados por alguma forma de fracasso. ( rever: Marcela, Lobo Neves, Cotrim, Quincas Borba, Virgília)

Tempo e Espaço:
A sociedade das Memórias  é das classes altas da vida carioca do século XIX. Ao todo, a época  representada  nesse romance vai do primeiro ao último reinado. Do lado oposto ao das elites, mas como propriedade destas, estende-se a escravidão, urbana e domiciliar. As elites abrangem os ricos, as pessoas de posse e de poder. Mas, gravitando em torno delas há também gente das classes médias, constituídas de funcionários, pessoas remediadas ou mesmo alguns pobres à cata de ascensão.
A sustentação do país era agrária, com ênfase na exportação de matéria-prima, e na importação de manufaturados. Como exportadores, mostrávamos a nossa primariedade. Como importadores, era a vaidade que predominava. Importávamos cultura, objetos de ouro e prata, vestimenta, companhias operísticas etc. Nossas elites eram precárias. Mas, assimilando o charme europeu, desejavam mostrar-se como liberais, como avançados, coisa que na prática não eram. A família de Brás Cubas chega a fazer um jantar para comemorar a expulsão de Napoleão da França (capítulo XII). Mas era uma grande incoerência comemorar o liberalismo europeu no seio de uma sociedade escravocrata, como era a mesma família. Nossas elites desejavam compara-se às européias. Mas como, se tínhamos escravos? Se éramos um mero país exportador de matéria-prima e dependente?

Estilo do Autor:
Há aspectos relevantes na obra que inovam totalmente os textos da Literatura Brasiliera: o diálogo crítico com o leitor; a narração fragmentária, cortada por capítulos que explicam outros, interrupções para discutir a escrita, histórias que aparentemente não têm relação com o enredo, enfim, elementos para exigir o esforço organizador do leitor, além da  ironia à estrutura social vigente (sociedade escravocrata  em descompasso com o liberalismo europeu) e o pessimismo , que reproduz a corrente filosófica Determinista Pessimista de Schopenhauer, incorporando em arte o cientificismo dominante, sem contar a ironia  às diversas correntes científicas, através da Filosofia “Humanitismo” lançada por Quincas Borba neste romance e desenvolvida no romance seguinte, paródia do evolucionismo e Positivismo, que a nada leva, a não ser o seu autor à  demência e à morte.

Estilo de Época

Do Realismo o romance apresenta o propósito de engajamento literário ( a narrativa reproduz o próprio contexto social da época em que foi escrito), os personagens são seres humanos  caracterizados por muitos vícios e poucas virtudes, a questão da infidelidade e da sociedade de aparências; a sondagem, a especulação do íntimo do homem, vítima de suas paixões e de sua vaidade.

 


Principais temas:

“ O menino é pai do homem” ( a criança traz em si o prenúncio do adulto com todos os seus vícios e defeitos);
a morte é o fim das ilusões;
pessimismo na definição da vida: a vida é um palco;

o tempo passa inexoravelmente. 

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Mineiração

Século XVIII 

- 1ª jazida 1693
- Região Centro-Sul
-  Coroa cria 3 novas capitanias = Minas Gerais, Mato Grosso e Goiânia

Características:
- Ouro de aluvião (superficial)
- Não há necessidade de tecnologia ou especialização
- Mão-de-obra escrava
- Ausência de capital de investimento
* Qualquer um teoricamente poderia explorar o ouro, e por ser uma atividade democrática, gera maior distribuição de renda*

(gráfico de exploração do ouro no séc18)



Coroa:
- com a implantação de uma nova atividade econômica, juntamente com o surgimento de novas cidades foi necessária a adoção de novas políticas tais como:
- O regimento = que eram órgãos administrativos das capitanias.

- Burocracia = série de prestação de contas que os mineiradores deviam dar a coroa, tais como registro do ouro retirado, para controle e pagamento de impostos.
a burocracia deu espaço para uma maior corrupção e abuso autoritário

- impostos: o quinto (20% da arrecadação)

História do Brasil! Expansão Territorial


Interiorização movida por atividade econômica.

              Bandeiras de caça ao índio
                Escravização e comércio                                                                          saída de São Paulo => destino ao Sul
          - Não gera ocupação territorial –


               Bandeiras de busca ao ouro
    Saída de SP => centro-sul
    - gera ocupação territorial –

         Pecuária Nordestina
    Criação de bovinos (charque) e couro
    Pecuária extensiva => atividade pobre
    - gera ocupação territorial –
  
   Pecuária Sulina
       bovinos e muares(mulas)
       provindos das missões jesuítas
       comércio para as minas
       - gera ocupação –

    Cia’s de comércio
       visava ocupação norte| nordeste
       mesmo com o apoio da coroa portuguesa, faliram.


   Expansão Oficial de Portugal
    Destino = Sul, Argentina, Paraguai
    Interesse = Prata
    - Espanha controla o canal, e Portugal quer o domínio.
   - Invasão á colônia de Sacramento (Espanha)
   - 1681 Tratado de Lisboa:  Espanha devolve  Sacramento á Portugal.
    - 1715 Tratado de Utrecht:  Inglaterra media o conflito e cede Sacramento á Espanha


 Somando isso á Conflitos entre Criadores de gado do sul do país, se dá origem ao:

   TRATADO DE MADRID (1750)
   - Princípio de Uti Possidets (uso e posse)
   - Portugal leva vantagem em expansão
   - Delimita-se as fronteiras brasileiras